Surdez

Os Surdos constituem 3,2% da população brasileira ou aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros que pagam impostos, consomem, votam e querem ser votados; querem ter acesso à saúde, à educação e ao trabalho; enfim, querem e precisam ser produtivos. Para tal necessitam estar qualificados e terem líderes que os representem de forma digna, ética e legítima na sociedade.

É muito direta e objetiva a forma como se incluem cegos, cadeirantes e DMs no mercado de trabalho. Basta que sejam feitas rampas, banheiros adaptados, software de voz e horários de trabalho específicos para o público atendido. Não nos esqueçamos que estes, incluindo-se os “normais”, são todos ouvintes! Identificar uma pessoa com deficiência na rua é fácil, sua deficiência é observada visualmente.

Porém quando falamos do surdo, a tarefa fica um pouco mais difícil. É uma população talentosa, porém absolutamente estrangeira no seu país de origem.

Todos os deficientes, exceto os surdos, usam a língua portuguesa, fonética, falada e isso lhes dá uma facilidade nos treinamentos e desenvolvimentos profissionais. Já os surdos não podem ser enquadrados da mesma forma. Precisam de uma única adaptação a lingüística: a Libras – Língua Brasileira de Sinais.

A Libras é um idioma que exige de 1 até 2 anos para ser apreendida e precisa ser utilizada. Ela foi reconhecida como a segunda língua oficial no Brasil em 10 de abril de 2002, através da Lei Federal 10.436. Até então, legalmente os surdos tinham apenas a opção da oralização, que é possível, porém deixa uma defasagem de entendimento da mensagem de até 70%.

Muito surdos usavam a Libras de forma escondida ou mesmo eram repreendidos por essa prática no âmbito familiar. Esse contexto levou a comunidade a ter uma lacuna na formação de suas lideranças.

Os surdos no decorrer da história vêm sendo conduzidos como uma minoria sem condições de inserção social, aprendizado e convívio na sociedade. Privados da audição, eles usam a língua natural do homem, os gestos ou sinais. A população atual de surdos no Brasil está estimada em 15 milhões, o equivalente a um pequeno país. Contudo, é um país sem definição territorial e sem identidade – é uma cidadania sem origem geográfica, étnica ou social. O surdo é o único deficiente que possui uma Cultura diferente na sociedade.

Privado da audição ele registra visualmente os sentimentos na expressão humana. Todas as pessoas que ouvem podem identificar através das entonações de voz sentimentos como amor, raiva, medo. Com o surdo isso acontece de forma diferente, ele identifica os sentimentos através da expressão do rosto.

Outro aspecto importante é que as empresas e a sociedade poderá perceber que a surdez não é algo que impossibilita uma pessoa, é apenas uma condição diferenciada de se comunicar que não altera em nada a capacidade e o brilhantismo da pessoa surda.

 

Diferentes tipos de Surdez:

Surdez ligeira – perda auditiva de 20 a 40 db

– A palavra é ouvida, contudo certos elementos fonéticos escapam ao indivíduo.
– A este tipo de surdez não provoca atrasos na aquisição da linguagem.
-dificuldades em ouvir uma conversa normal.

Surdez média – perda auditiva 40 a 70 db

– A palavra só é ouvida a uma intensidade muito forte.
– Dificuldades na aquisição da linguagem.
– Perturbação da articulação da palavra e da linguagem.
– Dificuldades em falar ao telefone.
– Processo compensador por leitura labial.

Surdez severa – perda auditiva 70 a 90 db

– A palavra em tom normal não é percebida
– É necessário gritar para existir sensação auditiva.
– Perturbações diversas na voz e na fonética da palavra.
– Processo intenso de compensação de leitura labial.

Surdez profunda – perda superior a 90 db

– Nenhuma sensação auditiva.
– Perturbações intensas na fala.
– Dificuldades intensas na aquisição da linguagem oral.
– Adquire facilmente Língua Gestual.

Cofósis – casos raros perdas superiores a 120 db

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